A Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) recebeu, nesta quinta-feira (24/11/16), estudantes de escolas de Belo Horizonte que realizaram manifestação no Centro da Capital e tiveram enfrentamento com a Polícia Militar. Diversos alunos, entre os quais alguns que estão participando de ocupações de escolas, relataram truculência e ação violenta de policiais militares.
A presidente da Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (Ames-BH), Mariana Ferreira, relatou que o ato desta quinta (24) foi realizado em protesto contra a proposta que limita o crescimento dos gastos públicos federais, a reforma do ensino médio e também o aumento de passagens em Belo Horizonte, previsto para o final do ano.
A passeata começou na Praça 7 e seguiu pela Rua da Bahia quando, segundo a estudante, foi dispersada por policiais militares que usaram spray de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha. “Vários policiais estavam sem identificação. E foram muito agressivos e violentos”, afirmou a estudante, acrescentando que cinco pessoas foram presas.
O universitário Gabriel Lopo lembrou que a PM agiu da mesma forma durante manifestação realizada na UFMG na última sexta-feira (18). Ele citou, inclusive, nomes de oficiais que participaram das duas ações e cobrou do governo uma atitude para colocar fim às agressões praticadas pelos policiais.
Vários outros estudantes também cobraram uma ação firme do governador Fernando Pimentel, que teria dado apoio aos alunos no episódio da UFMG, por meio das redes sociais. Questionaram seu controle sobre a corporação e reivindicaram apoio também da Secretaria de Estado de Educação.
Deputada propõe audiência com o governador
A presidente da comissão, deputada Marília Campos (PT), propôs um encontro entre representantes de todas as escolas ocupadas e o governador Fernando Pimental para tratar da atuação da polícia. Requerimento nesse sentido, assinado também pelos deputados Doutor Jean Freire, vice-presidente, e Rogério Correia, ambos do PT, foi aprovado em reunião da comissão realizada logo após a audiência com os estudantes.
Também foi aprovado requerimento da deputada Marília Campos para envio das notas taquigráficas da reunião ao Ministério Público e à Ouvidoria do Estado. “Os estudantes estão fazendo a resistência ao retrocesso. O governador apoia essa resistência e isso é público. Mas parte da polícia não tem sido coerente com esse posicionamento político do governo”, observou.
O deputado André Quintão (PT) manifestou preocupação com eventual acordo entre a União e os Estados para a transferência de recursos de repatriação. “A ajuda tem como condicionante o congelamento das despesas também nos Estados por dez anos”, frisou.
E o deputado Rogério Correia enfatizou que a sociedade precisa ser convencida de que a luta dos estudantes é por todos os cidadãos. Ele lembrou a manifestação geral agendada pela esta sexta-feira (25) contra a proposta de limitação para o crescimento dos gastos públicos.
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